População dos Açores cresce mas menos do que a nível nacional

A população residente nos Açores aumentou em 2023, mas o saldo natural foi negativo, por isso a subida é justificada com o saldo migratório. A conclusão é do relatório sobre Estatísticas
Democráticas de 2023 do Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Em 2023, observou-se um crescimento da população residente em Portugal, em consequência de um saldo migratório positivo que superou o saldo natural negativo. Manteve-se a tendência de envelhecimento demográfico, em resultado da redução da população jovem e em idade ativa e do aumento do número de pessoas idosas", lê-se no relatório.

Nos Açores, também se registou uma subida da população residente. Segundo o relatório do INE, em 2023, a região tinha 241.025 habitantes, mais 900 do que em 2022.

A taxa de crescimento efetivo foi de 0,37%, ainda assim inferior à média nacional, que atingiu os 1,16%.

A região registou mesmo a taxa de crescimento mais baixa do país. Com exceção das regiões do Alentejo (0,42%) e do Norte (0,92%), todas as regiões apresentaram subidas acima de 1%.

Enquanto a nível nacional, se verifica um crescimento demográfico gradual nos últimos três anos (0,26% em 2021, 0,91% em 2022 e 1,16% em 2023), nos Açores isso não acontece.

Em 2021, a região registou uma subida de residentes de 0,49%, no ano seguinte aumentou para 0,56%, mas em 2023 baixou para 0,37%.

Este crescimento é justificado com o saldo migratório (diferença entre entradas e saídas permanentes na região), já que o saldo natural (diferença entre nascimentos e mortes) tem sido negativo.

Em 2023, o saldo natural foi de -327 habitantes, enquanto o saldo migratório foi de 1.227 habitantes.

O saldo migratório foi, no entanto, inferior ao registado em anos anteriores (1.500 em 2021 e 1.973 em 2022).

Segundo o relatório, a região apresentou mesmo "a taxa de crescimento migratório mais baixa" do país, em 2023.

O número de nascimentos nos Açores diminuiu de 2.068 em 2022 para 2.042 em 2023. Quase todas as regiões registaram aumentos, com exceção dos Açores, da Madeira e do Norte, mas a taxa bruta de natalidade da região (8,5 por mil habitantes) continuou acima da média nacional (8,1 por mil habitantes).

Quanto ao número de óbitos, baixou de 2.712 para 2.369. A região apresentou mesmo a taxa bruta de mortalidade mais baixa do país (9,8 por mil habitantes).

Os Açores continuam também na cauda do país na esperança média de vida à nascença. Apesar de um ligeiro aumento de 78,04 para 78,19 anos entre o triénio 2020-2022 e o triénio 2021-2023, o valor continua muito abaixo da média nacional 81,17 anos.

População mais jovem

No país, houve um decréscimo da população jovem (entre os zero e os 14 anos) e os Açores seguiram essa tendência, baixando de 34.908 jovens, em 2022, para 34.426, em 2023.

A região destacou-se, contudo, como uma das que apresentaram maior percentagem de população jovem (14,3%), apenas superada por Grande Lisboa (14,5%) e Península de Setúbal (14,4%).

Foi também a região a apresentar a menor percentagem de pessoas idosas (17,5%) e a maior percentagem de população em idade ativa (68,3%).

Em 2023, os Açores eram a região do país com a idade mediana mais baixa (43,1 anos). A média nacional atingia os 47,1 anos.

Segundo o relatório, o arquipélago foi também uma das regiões com maior índice de renovação de população em idade ativa (86,8), acima da média nacional (76,5).

 

Diário Insular (19/11/2024)