Famílias açorianas têm menos 4,5 mil euros em despesas anuais médias face ao país
Em proporção com a despesa total e em relação às restantes regiões, as famílias açorianas, em 2022/2023 foram as que mais tiveram gastos com transportes e saúde, mas também em acessórios para o lar e bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos
As famílias residentes na Região Autónoma dos Açores são as que têm o menor valor médio de despesa anual do país, com 19.431 euros, em 2022/2023, menos cerca de 4,5 mil euros em comparação com a média do país, que se situa nos 23,9 mil euros, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em contrapartida, os agregados familiares residentes na Área Metropolitana de Lisboa registaram o valor mais elevado para despesa total anual média, com 26.891 euros.
Já no que diz respeito às principais despesas das famílias, apresentadas de acordo com a Classificação do Consumo Individual por Objetivo (COICOP), a habitação foi a despesa que maior impacto teve, quer no país (39,3%), quer nos Açores (39,2%).
Os agregados familiares açorianos, em média, por ano, gastam dois terços da sua despesa total (66,7%) em habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (39,2%), em transportes (14,3%) e em produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (13,2%).
Em relação ao país, os açorianos gastam mais 2,4 pontos percentuais da sua despesa anual nestas três categorias.
Não obstante, é possível realçar, no que toca à proporção das despesas nas principais divisões da COICOP, que as famílias açorianas são as que têm mais gastos em transportes, saúde, acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação, bem como nas despesas com bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos.
Segundo o INE, à Região Autónoma dos Açores correspondia a proporção mais elevada de despesas em transportes (14,3%, face a 12,1% em Portugal), saúde (4,9%, face a 3,8% no país) em acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (5,5%, mais um ponto percentual do que a média nacional).
Bem como, em despesas com informação e comunicação, com 4,8%, uma vez que, a proporção de despesa no país é um ponto percentual inferior nesta categoria (3,8%).
As famílias açorianas, a par do Alentejo, são também quem mais despesas têm, em proporção, com bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos, com 2,4%, mais 0,8 pontos percentuais em comparação com a média do país.
No entanto, numa análise à despesa total anual média por agregado, neste período, é possível verificar que as famílias açorianas gastam 470 euros anualmente em tabaco (334 euros) e bebidas alcoólicas (136 euros), o que dá uma despesa superior em 95 euros relativamente à média nacional.
Ou seja, a Região apresenta um maior gasto do que o país nesta categoria, apesar dos agregados familiares açorianos terem, em média, menos 4,5 mil euros por ano em despesas.
Do lado oposto, os agregados familiares residentes nos Açores têm menor despesas, em proporção, em gastos com seguros e serviços financeiros; restaurantes e serviços de alojamento; cuidados pessoais, proteção social e bens diversos e em lazer, recreação, desporto e cultura.
Amaior discrepância face à média nacional ocorre nas despesas em restaurantes e serviços de alojamento, tendo em conta que as famílias açorianas têm uma despesa nesta categoria equivalente a 5,1% do seu total anual, menos 3,5 pontos percentuais do que no país.
Proporcionalmente, as famílias portuguesas (3,3%) gastam mais do que os açorianos em encargos com seguros e serviços financeiros (2,7%), e também em despesas com cuidados pessoais, proteção social e bens diversos (3,6% em Portugal, face a 2,7% nos Açores).
De igual modo, as despesas em lazer, recreação, desporto e cultura têm menor proporção nos gastos anuais médios dos agregados familiares açorianos (2,7% na Região, menos 0,6 pontos percentuais do que em comparação com o país).
Estas estatísticas do INE são baseadas em resultados definitivos do Inquérito às Despesas das Famílias 2022/2023, que refletem ajustamentos face aos dados provisórios divulgados em dezembro de 2023.
Proporção de famílias com crianças dependentes é maior nos Açores
Mais de um terço do total de famílias (35,7%) residentes na Região Autónoma dos Açores tem crianças dependentes no seu agregado familiar, número que é superior às restantes regiões do país, e maior face à média nacional (31%), informa o Instituto Nacional de Estatística (INE), através de resultados anunciados no Inquérito às Despesas das Famílias 2022/2023.
No outro lado do espetro, o Alentejo é a região de Portugal que tem o menor número de agregados familiares com crianças dependentes (25,1%).
Refere-se ainda que a proporção de famílias com duas ou mais crianças dependentes é também maior nos Açores (17,7%), seguida da Região Autónoma da Madeira (15,4%).
No país este número está fixado nos 13,4%.
Açoriano Oriental (20/06/2024)