CCAH congratula sugestão de “Fundo Diáspora” (Comun

A Direção Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) considera que a criação de instrumentos financeiros que envolvam a diáspora é uma indiscutível mais-valia para a Região.

A solução está em consonância com o projeto que a CCAH tem em vigor desde agosto de 2022, quando foi criado o Gabinete de Apoio aos Associados da Diáspora, com o objetivo de apoiar diretamente os empresários da Diáspora que querem investir nos Açores, de uma forma objetiva e concreta, nomeadamente fornecendo toda a informação necessária, ultrapassando as dificuldades que são sentidas.

É, por isso, com enorme satisfação que a Direção desta Associação Empresarial constata que, apesar dos dois anos de atraso, o Conselho da Diáspora Açoriana, nas palavras do Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), se tenha pronunciado favoravelmente à estratégia iniciada pela CCAH em 2022, após vários e importantes encontros realizados com empresários em Providence, Montreal e Toronto.

Há muito que consideramos ser fundamental que os empresários da Diáspora tenham acesso a toda a informação necessária e atualizada para investir. Assim, para que sejam ultrapassados todos os obstáculos burocráticos existentes, defendemos a existência de gabinetes capazes de agilizar processos e facilitar o investimento que emigrantes ou seus descendentes pretendem efetuar na Região.

Sendo uma solução apresentada por esta Câmara do Comércio em 2022, não sendo como tal uma novidade, não podemos deixar de lançar alguns alertas. Estes tipos de instrumentos não se podem converter numas “segundas agendas mobilizadoras”, como já parece o caso, tendo, desde logo, os mesmos protagonistas e a estratégia do costume. Tudo isso é bem visível quando se aproveita o que poderá ser um interessante instrumento financeiro, para o desenvolvimento dos Acores, para, sem qualquer critério de qualidade, dos volumes envolvidos e/ou segurança do investimento, o colar à privatização do grupo SATA. Estamos perante uma notória leviandade que terá causado desconforto a quem está habituado a investir, com altos critérios de rigor e transparência. Relembramos que a Região não detém o know-how necessário neste tipo de instrumentos financeiros, nem os mesmos podem servir para os favorecimentos a que já estamos habituados e que levaram ao desfecho que todos conhecemos nas agendas mobilizadoras.

É de salientar que a Portugal Ventures, em articulação direta com o governo português, a 21 de dezembro de 2022, lançou as bases do que pretendia ser um fundo da diáspora, após o Encontro Nacional da Diáspora. Deve recordar-se que esse fundo chegou a ser apresentado publicamente, num investimento de 50 milhões de euros. Por razões diversas nunca chegou a concretizar-se.

Entende a CCAH que a possível criação de um Fundo deste tipo, como por nós proposto em 2022, deve ser entregue a quem tem competências técnicas para o fazer, com objetivos muito concretos, cumprindo os complexos imperativos legais, dando credibilidade e, acima de tudo, segurança a quem investe o seu dinheiro. Jamais pode ser feito com a simplicidade, falta de critério e, acima de tudo, falta de qualidade com que foi agora retomado.

Temos de aprender, de uma vez por todas, demonstrar competência no que fazemos. Temos, também, que ter a coragem de dizer basta a aventuras, aventureiros e vendedores da “banha da cobra” na vida pública e política Regional e deixar de dar ouvidos à irresponsabilidade de quem fala sem saber do que fala, nem o que diz, olhando apenas para os seus interesses pessoais. “O templo” não pode continuar a saque.

Angra do Heroísmo, 13 de maio de 2024
A Direção da CCAH.