Privatização da Azores Airlines
A CCAH não pode, perante as recentes notícias e factos vindos a publico sobre a companhia aérea regional Azores Airlines, e o seu processo de privatização, deixar de manifestar a sua surpresa e inquietação perante os mesmos. Se não vejamos:
1 – Não colocando em causa as competências técnicas do Professor Augusto Mateus e muito menos o seu bom nome, não é fácil de entender que, na qualidade de presidente do Júri, consiga, na apresentação dos resultados do concurso, dar uma “nota” ao consórcio vencedor, que equiparou a “bom pequeno”, nas suas palavras, e passados alguns meses, proceder à divulgação do Relatório do Júri, em conferência de imprensa, sem qualquer sentido, com o objetivo de, desta vez, colocar reservas sobre o consórcio, que ele próprio classificou como vencedor poucos meses antes. Perante as supostas dúvidas que surgiram sobre o consórcio vencedor, poderia o júri ter mandado chamar o mesmo com o objetivo de as esclarecer o que, tanto quanto é público, não aconteceu. O que se torna tudo muito difícil de entender.
2 – As declarações do Sr. Doutor Mário Fortuna que, supostamente sem quaisquer conhecimentos do processo, manifestou publicamente as suas reservas quanto ao concurso e ao concorrente vencedor, lançando, de uma forma irresponsável, mais dúvidas sobre o processo.
3 – As recentes notícias que abordam as supostas conclusões de uma reunião interna do Conselho de Administração da Holding, sem que, no entanto, tenha sido emitido qualquer comunicado sobre essa suposta reunião e o parecer referido.
Tendo por base os factos expostos é clara a instrumentalização que está a ser feita deste processo com o objetivo de não privatizar a companhia, o que ditaria o seu fim e o despedimento de milhares de trabalhadores, com claros e graves impactos na economia regional.
Relembra, esta Câmara do Comércio, que os Açores e a Azores Airlines não podem continuar a ser bola de ténis na mão dos mesmos de sempre, nem podem continuar a ser os Açorianos a pagar estes pequenos e medíocres jogos de poder que consomem os nossos já parcos e depauperados recursos financeiros.
Os Açores vivem, desde o início da autonomia, num permanente clima de “PREC – regional”, no qual esta Câmara do Comércio não se revê, pautado por constante informação e contrainformação, que tem por objetivo a manutenção de uma ordem que levou os Açores à cauda da Europa nos seus indicadores de desenvolvimento.
Assim, esta Câmara do Comércio vem reiterar a necessidade de se prosseguir o processo de privatização, com determinação e assertividade, através de uma negociação direta com o consórcio vencedor, que garanta a sobrevivência da companhia, qualidade do projeto, manutenção dos postos de trabalho, e a projeção dos Açores no Mundo, manifestando total confiança no Governo na consecução deste objetivo.
Para tal, entendemos que o processo deve ser transparente, como é apanágio nas democracias evoluídas, evitando-se, assim, a publicação de estados de espírito na comunicação social, que só servem para criar entropias a um processo que é público, e por isso, não deve causar transtorno à empresa, ao bom nome das instituições e apreensão aos seus trabalhadores. A SATA merece melhor e os Açorianos assim o exigem!