Empresários pedem melhor aplicação de recursos financeiros
A Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) defendeu que a região precisa de uma nova estratégia e de uma melhor aplicação dos recursos financeiros ao seu dispor, para que haja um melhor desenvolvimento social e económico.
"A direção da CCIA considera imperativo alterar profundamente o caminho que tem sido seguido ao longo dos anos, que tem passado pelo consumo de recursos, sem uma estratégia adequada e sem resultados que evidenciem uma melhoria significativa de indicadores de desenvolvimento económico e social relevantes. Impõe-se que os recursos financeiros sejam melhor aplicados, com objetivos e metas bem definidos e devidamente monitorizados", avançou, em comunicado de imprensa.
A associação empresarial, que esteve reunida esta semana, alertou também para situações que "continuam ao longo dos anos sem terem as soluções mais adequadas" na região, como "os modelos dos transportes marítimos e aéreos, os custos com a energia, os atrasos nos pagamentos aos fornecedores e dos apoios, na burocracia e da qualidade dos serviços, bem como de outros custos de contexto", comprometendo-se a apresentá-los ao próximo Governo Regional.
A CCIA mostrou-se ainda preocupada com o facto de nos Açores não estar garantido o normal funcionamento da promoção externa, captação de investimento, apoio ao turismo e ao setor empresarial e o seu relacionamento com o tecido empresarial em períodos eleitorais, como acontece a nível nacional.
"Não é possível continuar-se a assistir a situações em que a mudança de ciclo político significa começar tudo de novo, perdendo-se conhecimento, 'knowhow' e rotinas. O processo de desenvolvimento sustentado exige instituições fortes, perenes e maduras, que não estejam dependentes desses ciclos, sem que tal signifique as naturais orientações e objetivos definidos por cada governo", avançou a associação empresarial, em comunicado de imprensa.
Para a direção da CCIA, que agora é liderada pela Câmara de Comércio e Indústria da Horta, "não pode ser normal" que não se verifique "um contínuo e normal funcionamento de instituições públicas, que, pela sua natureza, não devem estar envolvidas nestes processos, como é nomeadamente a administração pública e outras entidades consideradas estruturantes".
"A economia precisa de previsibilidade, de decisões públicas rápidas e de uma administração competente e eficiente e não refém de ciclos eleitorais", defende.
A propósito das eleições legislativas nacionais, que se realizam em março, a Câmara de Comércio de Indústria dos Açores decidiu também "participar na reflexão e debate sobre as medidas que o país necessita para o desenvolvimento do tecido empresarial, no âmbito de uma iniciativa que está a ser promovida pela Confederação Empresarial de Portugal, através da apresentação de contributos sobre questões específicas dos Açores, nas quais impactam as decisões nacionais e também de enquadramento geral".
Diário Insular (25/01/2024)