Comunicado: ATA e estratégia de turismo para a ilha Terceira.
No passado dia 29 de Junho de 2021, realizou-se na sede da CCAH (Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo), uma reunião em que estiveram presentes pela ATA (Associação de Turismo dos Açores) o seu Diretor Executivo Luís Botelho, o Vice-Presidente da Direção Gilberto Vieira, e o Presidente da Direção, Carlos Morais. Pela Câmara de Comercio de Angra, o seu Presidente da Direção Marcos Couto, os Vice-Presidentes da Direção António Simões, Carlos Ormonde, João Gonçalves, Helga Barcelos, João Ponte e a Secretária-Geral Sancha Cruz.
Nesse encontro foram discutidos vários assuntos que se prendiam com a visão da CCAH da política de turismo dos Açores, bem como da promoção do destino e produto “ilha Terceira”, tal como o das Ilhas Graciosa e São Jorge. Foi assumido nesse encontro, pelo Presidente da ATA, um apoio de 500 mil euros a esta Câmara, para promover algumas rotas que entendíamos essenciais.
Após um longo período de ausência de repostas por parte da ATA e do seu Presidente, foi solicitado à CCAH a elaboração de um plano de Marketing para o apoio de 250 mil euros, que previa a implementação de um vasto programa de ações, previamente negociado pela CCAH com a companhia aérea SATA o Grupo TOP ATLANTICO/GEOSTAR em parceria com os Hipermercados Continente, intitulado: “escapadinhas à Ilha Terceira”, a que acrescia um segundo programa negociado com um operador da Galiza. Remetido o referido plano de marketing a CCAH ficou a aguardar o envio do protocolo que iria operacionalizar a transferência da verba.
No passado dia 17 de Dezembro, praticamente seis meses após a primeira reunião tida, a CCAH recebeu a minuta do protocolo. Para grande surpresa da CCAH, além dos inúmeros erros que o mesmo continha, resultantes de um simples modelo de “copy paste”, a verba nele prevista era apenas de 200 mil euros, não correspondendo assim, nem ao compromisso assumido na reunião de Junho, nem ao plano de marketing entregue. Corrigidos os erros e julgando a CCAH que o valor se tratava de apenas mais um dos muitos lapsos nele inscritos, no passado dia 28 de Dezembro, a CCAH recebeu a versão final do protocolo em que era reafirmada a verba de 200 mil euros.
Tendo em conta o atrás exposto, bem como os compromissos assumidos por esta Câmara, a mesma vem manifestar publicamente o seu desagrado e repúdio para com a postura do Sr. Presidente da Direção da ATA, sendo que este não cumpriu, nem com a sua palavra, nem com o exposto no plano de marketing solicitado à CCAH e em devido tempo entregue. A postura discriminatória do Sr. Presidente da ATA para com a Terceira, não é de agora. Relembramos que a operação prevista para Boston e Toronto para ter início no mês de Janeiro, cuja primeira ligação já foi cancelada, ainda não se encontra contratualizada.
A Direção da CCAH tudo fez para ter uma boa relação pessoal e institucional com a ATA e o seu Presidente. Essa vontade ficou bem expressa na reunião de trabalho que a equipa técnica da ATA teve no passado mês de Novembro com a Direção da Câmara de Comercio de Angra, bem como no convite dirigido, no passado dia 25 de Novembro, ao Sr. Carlos Morais, na qualidade de Presidente da Instituição, para assinar o protocolo nas instalações da CCAH, como forma de demonstrar a nossa vontade de aproximação e necessidade de trabalho conjunto, a bem da normalização das relações. Perante a postura do Sr. Carlos Morais, tal aproximação é manifesta e claramente impossível. A Câmara de Comercio, como instituição de bem que é, que cumpre com a sua palavra e compromissos, plenamente consciente da importância que tem para os seus associados e para a economia dos Açores os programas por nós negociados, irá manter todos os compromissos assumidos, sendo que dos 250 mil euros investidos é previsto um retorno para a economia de 400 a 500 mil euros.
Quanto à ATA, em entender da CCAH, urge ser profundamente repensada. A CCAH entende que a instituição deve ser liderada por uma pessoa que não ocupe cargos públicos e ou políticos, que não tenha qualquer relação pessoal ou familiar com as empresas com as quais a ATA tem/faz ou pretende fazer contratos, que tenha demonstradas claras capacidades e qualidade de gestão empresarial, que tenha uma atividade económica transversal a todas, ou quase todas, as ilhas, que seja favorável à entrada do Governo e da SATA na estrutura da Associação. Por último, que seja uma pessoa de consensos e aceite por todos, capaz de acalmar o clima de crispação e desconfiança que se vive dentro da instituição e do turismo regional, favorecendo uma nova realidade, uma nova política e um novo paradigma, já que o atual se encontra totalmente esgotado.
A ATA é uma associação 100% privada que gere a política do Turismo Regional, financiada com fundos 99% de origem pública. Uma realidade que não faz qualquer sentido. Quanto ao Sr. Presidente da ATA, fazemos votos que, tal como a CCAH, cumpra a sua palavra e honre os compromissos assumidos entre as partes, dando assim um mínimo de dignidade ao seu final de mandato. A CCAH reitera a sua total disponibilidade para trabalhar e cooperar com a ATA e quem a dirige, ou venha a dirigir, desde que esta revele respeito pelos associados da instituição e tenha como real objetivo o desenvolvimento harmónico e em igualdade de oportunidades de todas as Ilhas dos Açores, sem exceção.